Arquivos mensais: novembro 2024
E Apois: A Classe Operária vai ao paraíso?
Avante, avante Plebe Rude! Viventes dessa nau desgovernada, nação futurista, trazida pelas caravelas d’além-mar! Este que vos fala pede intendência pra vociferar um palavrório em revide ao grassamento das contingências morais nestas paragens tupiniquins.
No proselitismo iconoclasta de hoje, a nova Abolição da Escravatura, com o fim da perversa escala 6×1, na qual o trabalhador dedica uma ruma de dias da semana trabalhando e tem apenas o domingo pra beber sua pinga, fumar seu cigarro, almoçar com a família, visitar amigos e parentes, passear no parque, ir ao teatro, ao cinema, ao zoológico, à feira livre, namorar, assistir televisão, estudar, e no cume calmo do dia, “sentar no trono de um apartamento, com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a segunda chegar”. Enquanto que a súcia de sacripantas, encravada na pele apodrentada do poder, como chatos nas partes pudendas, segue se locupletando à custa do trabalho da gente pobre, pois, nasce e morre sem nunca pisar os pés no chão da fábrica.
E o que nos dão conta os noticiamentos hodiernos é que a luta do trabalhador pela redução da jornada data dos primórdios do surgimento do proletariado moderno no século XIX, e que somente depois de séculos trabalhando até a exaustão, finalmente conseguiram estabelecer em Lei “o dia normal de oito horas de trabalho”, permitindo que a burguesia patronal passasse férias prolongadas, custeadas pelo suor e o sangue do proletariado, já que sempre comandou a tuia de ratoneiro nos recônditos dos Palácios dos Marajás da Governança Global.
E, ainda, segundo os tabloides mais versados no entretimento e na venda de leituras de fácil degustação, há um ajuntamento de pessoas de diversos partidos e outros partidos diversos, dispostos a atravancar a campanha do Movimento Vida Além do Trabalho – VAT, porque a orgia dos ricos e poderosos só se sustenta se toda energia do trabalhador for gasta tão somente para satisfazer suas carências físicas.
Por isso, informam também os libelos mais benquistos pelos letrados, conforme os inteiramentos acusatórios da grande mídia falada e escrevinhada, que permitir que as pessoas vivam além do trabalho causaria mal a Economia e ao mercado de trabalho, pois, os patrões não querem pagar mais que um mísero salário de fome aos que produzem a riqueza em que eles se refestelam. Daí a oposição ferrenha ao Projeto de Emenda Constitucional –PEC que quer extirpar a famigerada escala de trabalho análogo à escravidão 6X1, dessa nossa Pindorama das organizações criminosas e dos partidos políticos de índole duvidosa.
Por fim, alardeiam os ditos pasquins, que o Brasil pra ficar rico, a ponto do jumento de Liodoro possui cascos de ouro, a gente paupérrima precisa trabalhar até a morte, sem descanso, a fim de acumular o patrão cada vez mais lucro, mais valia, ao invés de pretender despertar sua potencialidade humana com tempo livre pra beber sua pinga, fumar seu cigarro, almoçar com a família, visitar amigos e parentes, passear no parque, ir ao teatro, ao cinema, ao zoológico, à feira livre, namorar, assistir televisão, estudar, enquanto a tecnologia é usada a favor de todos.
Por ora é aguardar o engajamento das redes sociais para ver se a manifestação popular obriga o capitalista perverso a adotar uma conduta ilibada pública, capaz de motejar a sacanagem privada, grassante desde os tempos de Pedrálvares.
E atentai bem: Pelo fim do trabalho análogo à escravidão, senta o dedo na petição pública, cabroêra!
Saudações a quem tem coragem!
https://peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR135067
Por: Ponciano Ratel.