Arquivos mensais: julho 2022
DE QUAL FANON FALAMOS?
A Luma Mahin, rebelde, viva e, absolutamente, feliz.
Um dia, uma dia cheio de penumbra e expectativa de luz, talvez se faça a história da recepção dos filósofos: de como cada época se apropria de um autor para engajá-lo numa ou outra direção, de como um autor crítico pode ser desarmado por seus pretensos continuadores mediante a supressão das bases e das injunções que lhe move para lançá-lo nas vagas dos modismos do presente.
Se Sartre, em o Prefácio dos Condenados da Terra, mostra um Fanon capaz de abrir uma ferida narcísica no ufanismo eurocêntrico porque, hoje, se verifica um retorno a um Fanon reacionário mesmo que sob a aparência transformadora. Porque Fanon não é apenas um pensador que mostrou a relação intrínseca entre capitalismo e racismo, mas, sobretudo, um pensador que procurou as raízes profundas da alienação ideológica e econômica dos negros.
Uma forma de fugir da radicalidade de um autor é afastar a totalidade em que se engaja para abordar aspectos subalternos e retirar-lhe a seiva contestatória. De qual Fanon falamos?
Não basta dizer o óbvio de um excedente humano capitulado como refugo nem fazer uma aposta vazia na alteridade, é preciso coragem de enunciar qual o dispositivo do racismo numa formação social marcadamente exploradora? Dizer, no vago, sem desvelar a estrutura profunda da formação social capitalista, que não há capitalismo sem subsídios raciais é tergiversação incompatível com a injunção do pensamento que Hegel mesmo articulava à coragem da verdade e a fé no espírito humano1.
Dizer que há uma massa excedente fora da humanidade é render-se a uma lógica simplista, pois, na medida em que figura como superpopulação relativa sustenta a lógica da exploração daqueles que ocupam um lugar no sistema de exploração da mais-valia. A massa está fora e dentro ao mesmo tempo. É uma percepção dialética que deve realçada para que o aspecto da ‘necessidade’ estrutural da massa excedente nos marcos do capitalismo não seja obliterada.
Fanon, mesmo escrevendo no estertor e na agonia das lutas anticolonias e na tentativa furiosa de expressar de forma lacônica e explosiva a situação colonial, soube enunciar o sintoma do reacismo de forma muita clara:
“Resta evidente que a verdadeira desalienação do Negro depende da tomada de consciência abrupta das realidades econômicas e sociais” 2
Uma teoria é científica, conforme salienta Maurice Godelier, quando se esforça por estabelecer as relações e as correspondências entre as diversas instâncias que compõem uma formação social ainda que reconheça, na linha althusseriana, a relativa autonomia entre essas instâncias. Mais ainda, invocando a metáfora maoísta, a relação em espiral e de influência recíproca entre as diversas instâncias de uma formação social.
Depreende-se que o pensamento de Fanon remonta um fenômeno social às determinações econômicas e, nessa injunção, longe de pretender a crítica da razão negra, engaja-se, com furor e verdade, na crítica de todos os dispositivos e diagramas da branquidão como propriedade. Por isso, de que Fanon falamos?3
Por: Luís Eduardo Gomes do Nascimento, Advogado e Professor da UNEB.
1 Em 2008, em A legalidade como instrumento retórico de conformismo social, já tínhamos assinalado que a abolição da escravatura gera uma superpopulação excluída sem qualquer possibilidade de inserção na sociedade industrial, revelamos a necrofilia do poder, e definíamos a democracia como alteridade ao conflito e ao outro num abertura inclusiva e poética do mundo, mas, no enunciar isso, fazíamos referência à estrutura hegemônica da propriedade como forma de criar um humanismo excludente. Ou seja, ainda que naquele momento tínhamos crítica a Marx, nunca o abandonamos e, ao longo do tempo, o que era crítica era apenas um ausência: a ausência de uma leitura mais ampla e detida de Marx. Por isso, passamos a reinvindicar, com destemor, o marxismo ortodoxo. Nunca deixamos de nos mover em direção à verdade.
2 FANON, Franz. Ouvres: peau noire, masques blanc, Paris: Éditions La Découverte, Paris, 2011, pagina 66.
3 Pretendo, futuramente, dedicar-me a todas as determinações e consequências libertadoras da obra de Fanon.
VARIAÇÕES SOBRE UM AMIGO TÃO LONGE, TÃO CONTÍGUO
No teu idioma em que idioma ressoa teu verbo?
São variações e inflexões tão sutis que, nos interstícios,
parecem vencer as coordenadas espaço-temporais
rajadas silentes inaugurando um novo tempo e um novo espaço
São modulações difíceis de captar
Mas que irradiam num sorriso inesperado
Em gestos silentes,
na aparência de que tudo estivesse suspenso
Se elabora o mais fino raciocínio
Que sobrevém quando menos se espera
Irrompendo gracioso e tempestuosamente calmo
E é tão cintilante e é tão rútilo que todos aquiescem
Na fúria refinada dos momentos arriscados
Atinge o magma, a sanha feroz dos lutadores, ao antever, num átimo,
O golpe e dele se desvencilhar no momento exato
No segundo decisivo em que o silogismo parece falhar
E a razão parece lenta
Num átimo, no atletismo dos povos, encontra o gesto exato
Para inaugurar a pura possibilidade de ser mais.
Por: Luís Eduardo Gomes do Nascimento, Advogado e Professor da UNEB.
UMA NOITE RUMO AOS PEIXES
Uma noite rumo aos peixes,
mas ainda o registro do encardido das coisas perdidas
Mas ainda o encardido das coisas
A lentidão da tarde infinitude inútil
O que fazer numa vastidão
O álcool que chega e arrasta o chão para outros terrenos baldios
Ainda é possível cantar o enorme dia do nascimento
Crescem minhas retinas nelas nasce tua beleza que faz chorar
Um tio ressuscita na lã do carneiro, transformado em sertão
Canícula, alforje, cheiro de esterco
Em que música encontro meu corpo?
Em que copo abandono a mulher que trouxe o gosto de sexo?
Não sei as savanas minadas de risco e possível?
Pulsar o teu hálito forte bafejo marinho
Trazes teu sexo e um venturoso ventre onde eu possa armar meu dia e minha tenda
Onde eu experimente claves e cores e ainda mais brasis
rangem no meu nome as combinações da vida
Chorando em acordes menores talvez venham as chuvas sonhadas
tubérculos e bulbos engolfando-se na terra e cipós farejando os sóis em si transmutam
Somos tudo glória e infortúnio
Augusto queria te dizer: só se sublima pela carne.
Os sólidos fervem seu pouso terrestre nos silêncios nascidos no clamor da vida
inteireza do que resiste….um rio encontra-se com teu ventre …. Frida e a fecundação… como se o que registra a tinta não fosse a vida querendo-se mais….era…
Desenho com meus dedos teu escuro no teu rosto…. às escuras posso te fazer tão bonita quanto és … criar: sopro sobre o abismo…. um desejo de encontrar o que: pedra e casa e cidade onde povoar os dias… Granulações do invisível
As ramagens escrevem à sutil maneira …. nos interstícios algo ocorre e é grande….os homens não sabem da beleza do pássaro que nada sabe apenas vôo e passagem nas rotas nunca redundantes…. não se registra nada…. tudo se apresenta velho preste a morrer de tão forte que a vida chega…
A futilidade chega como um soco…. esperma sobre o monturo sobre o corpo da prostituta…. dispêndio profuso de vinhos, álcool, aos borbotões, derramado sobre o chão ….sobre os corpos empalhados dos bêbados…. os banquetes dos cínicos que não podemos vingar….. Calígula instaura a morte… não será condenado? É possível redimir o tropel dos crucificados? Quem pagará as mortes dos que ousaram vindicar a vinha….
Um místico fervilhando os corações sabe a brincadeira da felicidade em estar sob o sol partilhando do calor do mar e das pedras e do descanso entre árvores…. por que a morte triunfa …. por que Antígona morre….Guevara sucumbe na altitude….Reich definha…
O beijo e a agressão se equivalem Camus? Matar trucidar é romper o equilíbrio do dia me respondes em algum lugar…..não te vi….mas te encontrei ….o escrito há tempo elaborado ninguém sabe sob que condições em que escrivaninha sob que temperatura….lançaste-o sobre as velas…trilhos ….estradas sem saber a que e a quem se destinava….e olha que numa tarde em que o absurdo se colava à minha veste desleixada …. a procura por um livro teu me fez pensar no absurdo e o que tua vida era naquele instante…um livro sobrevivendo ao autor agora poeira estelar cósmica renascendo em Tipasa nas madeiras velhas da casa onde nasceu na Lapa em salvador nas mãos ávidas pelo teu socorro…. volvia-me à praia emitindo o mesmo grito…a mesma ciência de que é preciso esgotar o possível….articular a minha respiração ao ofego selvagem do mar e da vida….saber que os corpos tostados ao sol passariam ….mas o milagre renascerá sempre nos sargaços e no olhar vago da senhora sobre a pedra num descampado que comoveu o amigo
o Grito: Terra, eu nós gritamos: a Terra, a Terra e evoca-se tanta coisa
Meus cabelos querem o mês em que os cipós nos obrigam à rendição….exigem a grande queda gloriosa de nada pretender e simplesmente estar….o querido exílio…..que as barbas cresçam como os cabelos das árvores o musgo sobre a parede…. os dentes da criança e a prudência nas cãs augustas de um velho que sabe o frio e o vinagre sem ressentimento…. Krischnamurti sabe que a morte é uma invenção horrível….. o que se chama morte é o maior abraço possível… a morte está quando se grita com ódio se estanca o fluxo se aniquila o devir o porvir que desestabiliza os amantes da ordem…..eu quero cantar, eu agora canto apenas peixe onda nuvem rio amazônia caatinga instante fulguração frágil….
Concomitante, aborta-se , crispam-se corpos miúdos ante a fatalidade, abrem-se girassóis….alfomadas florais….
ao longo do mar viril a sirene anuncia morte
a agonia de um vivente confronta a baba violenta do mar contra as pedras tudo estrugindo em minha consciência
ingênuo uma tarde qualquer me colocou na loucura a sirene e as ondas eu entre tudo que oscila os coqueiros arfantes a maresias
o sal ferindo o corpo e os edifícios
os transeuntes ignorantes do lodaçal que atravessa a cidade de ventre corroído pelas baratas ratos e as trapaças humanas….o fausto dos edifícios em cotejo com a pele pútrida de mendigos amantes dos monturos em colóquio com os limites do corpo e com o coração manchado de berros as vítimas que não podem ascender ao milagroso sol ….ficaram aos rés do mísero pão e das migalhas que lhes foram entregues por um desapiedado…. de vez em quando os ratos precisam se alimentar- pensa um rato triunfante, talvez não
Suas pulsações decaíram? O bêbado com pele amarelada e com barriga d’agua será que sabe da possibilidade do beijo? Encolhido contra as paredes espaventando o frio se concentrava nele da forma mais dorida
Eu posso esquecer tudo isso? Posso ainda jogar-me sobre o mundo com a venturosa inocência de meus filhos… Ó…. que o motor imóvel do cosmo não tenha consciência….senão ele é um eterno sofredor se não é ele é um eterno sonhador
Mas eu grito: a Terra e tudo se move, se emaranha, se distancia e renasce nasce e renasce e nasce sem que saibamos e sabemos que tudo poderia explodir mas tudo é prosódia e comunhão tudo é comunhão eu vi nós vimos tudo será e tudo foi ontem quando amanhecia atravessei o véu de maia e nada temo e nada desgosto e gosto de tudo e gosto de tudo de ti, de você e de mim e que ninguém mais perturbe a paz das horas.
Por: Luís Eduardo Gomes do Nascimento, Advogado e Professor da UNEB.
Poema em Homenagem a Muhammad Ali
Nós, cujas mãos tingida de carvão, hulha e betume,
Arvóres de tronco milenar tornando-se mesa;
Nós, cujas retinas o sol agrediu, furiosamente
Arrancamos da pedra uma nesga de pão
Nós, os condenados e errantes, cujas farpas
Bruxuleiam ao vento acre, guardamos consaguinidade com os húmus
Que no escuro martela lenta e firmemente o solstício,
As estações nascituras, a sístole e a diástole do sol.
Nós, frutos que não inculcam a culpa, arremetemos contra o muro,
Fruímos de uma palavra corrosiva, de uma amizade salutar com o barro vivo desta casas
Nós que por puro amor somos obrigados a desfraldar a liberdade.
Por: Luís Eduardo Gomes do Nascimento, Advogado e Professor da UNEB.
O RETRATO DO FILÓSOFO NAS SOLIDÕES DA COLÔNIA
“Numa atmosfera plumbeia, aparecera meu grande amigo. Viera de outro país. Parecia ingênuo, mas era pura bondade. Éramos maoístas. Tínhamos a mesma formação. Disse-lhe, tranquilo, bafejando um cigarro: pensar de forma articulada é muito arriscado. Percebi, atônito, que nele se formara há muito o senso do risco, o risco de ter a inteligência que viajava entre as esferas e mergulhava no sistema das necessidades, ao me dizer: o problema é encarnar a contradição de toda uma sociedade. Concordando, disse: por essas plagas, o melhor caminho é o murmúrio da literatura e esperar os frutos do tempo. Falei dos pactos, dos inúmeros pactos que comportam a vida, desde Édipo às formas de governo, e lancei Lacan, referindo-me ao meu contexto: a palavra ou a morte. Atalhou num átimo veloz, como se rechaçasse eminências pardas,: para mim restou ”a política ou a morte”. Era como se uma lâmina refletisse o sol e o próprio sol doesse de dor. Silenciamos e ficamos horas a escutar o sibilo do vento enquanto lá longe um relógio imitava os corações. Um amigo profundo que, de alguma forma, me disse que talvez o caminho devesse ser o mesmo e já fosse tarde para mim, agora escritor recluso. Pensando bem, és um intelectual orgânico, disse. Antes de ir, pediu, taciturno, cuidado: “Estamos em tempos de interregno e neles as contradições se agudizam”. Lembrei que me disse que a lei é um artefato semiológico. Respondera-lhe que a linguagem é bom agasalho. Um samurai, cujo perfil sutil sumia no espaço deixando a amargura de sua ausência. Um grande amigo, entre a palavra e a política, a mesma vulnerabilidade dos seres pensantes. Quase lhe disse de longe a frase de Pascal: o ser humano é o caniço pensante. Nunca tinha pensando naquela metáfora e era uma alegria e um temor. E seu passo era de quem já não vacila nem teme o rugido”.
Por: Luís Eduardo Gomes do Nascimento, Advogado e Professor da UNEB.
MARXISMO E A RETÓRICA DA ESCASSEZ DOS RECURSOS
“Entre os dois mundos a trégua nos rejeita”
Pasolini
É preciso perguntar que diagrama de poder uma teoria secretamente secreta. A ciência econômica na medida em que se esvazia em números abstratos ao mesmo tempo, de forma sutil, alimenta políticas voltadas ao controle, conforme dizia Battaille, do fluxo de energia sobre a terra e, outrossim, analisando as várias pressões exercidas pela ação humana, recusa, invocando Marx, o topos da escassez dos recursos.
Marx sempre criticou o topos retórico da escassez dos recursos que sempre é esgrimido para justificar dilemas trágicos inexistentes, o fatalismo inexistente das desigualdades e o controle das populações. Na verdade, o topos da escassez é a forma com que a economia burguesa clássica legitima um modo de produção que cria uma superpopulação entregue à própria sorte, deserdada do comum e desterrada do sistema de necessidades, perecendo por inanição, fome e desemprego. O topos da escassez dos recursos, ao ocultar a forma predatória com que funciona o capitalismo, serve para evitar o tangenciamento do problema central: a questão não é da escassez dos recurso, mas do modo de produção que, forjado na lógica do mais-valor, leva ao esgarçamento do metabolismo ser humano e natureza.
Em Por uma renovação marxista da dependência (1), reiteramos necessidade de verificar as relações entre biologia e as ciências sociais. Na verdade, mais do que nunca é preciso fazer a genealogia da incursão biologicista nas ciências sociais. A própria sociologia, para além do monismo epistemológico pelo qual os modelos das ciências naturais serviriam de paradigma para as ciências sociais, na sua gênese, sofreu o desvio biologicista por Spencer e pela incorporação de um darwinismo social mediante o qual as lancinantes desigualdades encontrariam amparo no argumento de que prevalece o mais forte. Marx e Engels, por sua vez, tiveram que palmilhar um conflito de interpretação em relação a Darwin e, somente depois de um longo debate, entenderam que, em Darwin, a evolução não é a ascendência do mais forte, mas um longo processo pelo qual as espécies criativamente produzem uma homeostase tensa com a biosfera (2).
Ao desvio biologicista das ciências sociais devemos opor uma epistemologia marxista decolonial para que não haja formas silentes de construção de humanismos excludentes fundados na ideia de superioridade racial e formas de políticas inimizades contra os que são considerados inumanos (3). A retórica da escassez ocorre nesse engajamento e precisa ser desvelada para que não se legitime o controle malthusiano das populações.
Marx já assinala que o modo de produção do capitalismo só se mantém na medida em que socava as duas fontes criadores de valor, quais sejam: o trabalho vivo e a natureza. A questão não é a de escassez de recurso, mas sim de refundar o humanismo para que as formações sociais, imantadas pela requisição virtual de todos, estabeleça aquilo que Hegel chama, em A fenomenologia do espírito, de comunidade universal de bens em que se proveriam as necessidades sem distinções ou hierarquias e, para citar, superar a exploração do ser humano pela administração comunitária das coisas.
Por: Luís Eduardo Gomes do Nascimento, Advogado e Professor da UNEB.
1. NASCIMENTO, Luis Eduardo Gomes do. Por uma renovação marxista da Teoria da Dependência. Juazeiro: Oxente, 2022. Se a economia, conforme salientava Engels, é a reprodução da vida, urge, primeiro, descolonizar epistemologicamente a ciência econômica para, depois, mais bem articular a libertação econômica. O livro é um ensaio fundador dessa superação decolonial da ciência econômica tradicional, versando sobre os caminhos factíveis da libertação econômica da América Latina, Ásia e África, desvelando a inflação e a dívida pública como principais instrumentos de dominação colonial e todos os deslocamentos políticos feitos para ocultar essas duas questões crucias, desde a questão das relações de trabalho às relações tributárias, num descortinar da totalidade que projeta a necessidade de refundar a economia no trabalho vivo e no metabolismo ser humano e natureza.
2. DARWIN, Charles. The origin of species. Hertfordshire: Wordsworth editions, 1998. Nas cartas em que tratam das ciências naturais, Marx e Engels revelam o evolver da compreensão de Darwin.
3. Sobre o conceito de ciência em Marx e os desdobramentos possíveis, ver nosso: NASCIMENTO, Luis Eduardo Gomes do. Os quilombos como novos nomos da Terra: da forma-valor à forma-comunidade. Minas Gerais: Dialética, 202