Arquivos diários: 17 de dezembro de 2018
Brasil é o 8º país com maior número de mortes de jornalistas
O Brasil termina 2018 como o oitavo país com o maior número de assassinatos de jornalistas no mundo até o momento. No total foram quatro mortes no ano marcado por eleições, o mesmo número registrado nas Filipinas.
Os dados foram divulgados hoje pela entidade Press Emblem Campaign (PEC), com sede na Suíça, e que reúne o número de profissionais mortos em casos relacionados com seu trabalho. No total, foram registrados 113 assassinatos de jornalistas em 2018, um aumento de 14% em comparação a 2017.
O maior número de vítimas foi registrado no Afeganistão e México, cada um com 17 casos. Na Síria, foram onze mortos, contra oito no Iêmen e na Índia. Seis mortes no jornal Capital Gazette ainda colocaram os americanos entre os países com a maior taxa de vítimas, seguidos pelo Paquistão, com cinco assassinatos.
No caso do Brasil, a entidade indica que Ueliton Bayer Brizon, do Jornal de Rondônia, foi morto em janeiro deste ano. Naquele mesmo mês, Jefferson Pureza Lopes, da rádio Beira Rio FM de Goiás, também foi assassinado. Em junho, Jairo Sousa, da Rádio Pérola (Pará) se somou à lista das vítimas. Já Marlon Carvalho, das rádios Gazeta/Jacuipe, na Bahia, foi morto em agosto.
O Brasil ainda aparece entre os nove lugares mais perigosos para se trabalhar como jornalista nos últimos cinco anos. Foram 22 mortes entre 2014 e 2018, o mesmo número registrado na Somália e não distante dos 29 casos no Iêmen.
Mulheres
Outra constatação do levantamento foi o número elevado de mulheres mortas cumprindo sua profissão de jornalista. Em 2016, foram cinco casos, contra 17 em 2017. Para 2018, o levantamento aponta para sete vítimas.
Por regiões, a mais perigosa continua sendo a Ásia, contra 36 mortes de jornalistas em 2018. Mas a América Latina vem em segundo lugar, com 32 vítimas e superando o Oriente Médio, com 24 mortes.
Em uma década, a entidade estima que 1,2 mil jornalistas foram mortos pelo mundo cumprindo sua missão de informar. Isso representa mais de dois casos por semana. De acordo com a PEC, a comunidade internacional está longe de conseguir adotar a meta da Unesco de reduzir em 50% o número de mortes entre os jornalistas.
Associação repudia violência
O jornalista Daniel Bramatti, presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), afirma que, no Brasil, as mortes de jornalistas ocorrem com maior frequência em cidades pequenas, onde há disputa por parcos recursos e os profissionais se tornam alvo após denunciar desvios. “Esses crimes se inserem no contexto da violência política. Mas ninguém deve ser morto em razão do que fala ou escreve. Nossa meta é acabar com a impunidade e zerar essa contagem”, diz.
Bramatti explica que a entidade tem um programa intitulado Tim Lopes, que combate à impunidade de crimes contra jornalistas e comunicadores. O projeto já investigou os dois casos com mais indícios de relação entre o assassinato e a atividade profissional da vítima. “Nos dois episódios, as autoridades foram pressionadas a apurar os crimes, e em ambos houve prisão de suspeitos, um passo importante para que se faça justiça”.
Por: O Estado de S.Paulo
CNJ prevê auxílio-moradia de até R$ 4,3 mil
Uma nova resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), obtida pelo Estadão/Broadcast, prevê que o valor máximo do auxílio-moradia não poderá exceder os atuais R$ 4.377,73 – o valor máximo será revisado anualmente pelo próprio CNJ, que se reúne nesta terça-feira, 18, para estipular regras mais rígidas para a concessão do benefício a magistrados de todo o País. A expectativa é a de que a resolução seja aprovada – o texto que regulamenta o tema foi costurado pelo presidente do CNJ, ministro Dias Toffoli, que consultou auxiliares para estabelecer os critérios.
O valor só será pago a magistrados que mudem de cidade, sem residência própria no novo local de atuação, devendo ser destinado “exclusivamente” para ressarcimento de despesas, mediante comprovante. A localidade também não pode dispor de imóvel oficial disponível para o magistrado. Um dos artigos ainda prevê o benefício como de “natureza temporária”, “caracterizada pelo desempenho de ação específica”.
Após ser aprovada pelo CNJ, a resolução deve entrar em vigor em 1.º de janeiro de 2019. Ainda não há previsão de quantos magistrados continuarão recebendo a ajuda de custo nem do impacto das novas regras nas contas públicas.
O texto que será votado nesta terça-feira detalha ainda que o juiz não pode ser, ou ter sido, proprietário ou ter firmado contrato de compra ou venda de imóvel na cidade onde for exercer o cargo nos doze meses que antecederam a sua mudança.
Isto Posto… Os políticos “honestos” e a velha prática corrupta da ‘rachadinha’.
Nas últimas semanas, o tema recorrente no noticiário brasileiro tem sido a vultosa movimentação financeira do ex-acessor parlamentar do senador eleito pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, e a incondicional disponibilidade de Fabrício Queiroz para servir aos membros da família do presidente eleito, seja designando seus filhos para os gabinetes, com excelentes salários e escassas horas de trabalho, seja simplesmente emprestando à futura primeira-dama irrisória soma de vinte e quatro mil reais.
É evidente que o assunto tem grande importância. Principalmente quando consideramos que o senhor Jair Bolsonaro se elegeu com a promessa de ser intolerante com qualquer ato de corrupção, não importando quem fosse o corrupto, o que certamente deveria incluir seus próprios filhos, uma vez que sendo o senhor presidente um convicto conservador, comunga com a tese de que honestidade é um valor que se aprende em casa, no seio da sagrada família que vem jurando proteger a qualquer custo.
Assim sendo, parece-nos que as desculpas esfarrapadas, as explicações desencontradas sobre empréstimos a alguém acusado de movimentar milhões em suas contas bancárias, a alguém identificado pelo COAF como responsável por transações cujo proceder indica claramente a devolução de salários por assessores contratados a custa do erário, numa prática assaz conhecida como “rachadinha”, apenas corrobora com o discurso de que mais uma vez o sufrágio não passou de estelionato eleitoral, como reiterada e sorrateiramente tem sido com o “almofadinha, o sociólogo bem intencionado, o operário desapegado e a madama honesta”.
Entretanto,embora a prática corrupta que se desvela agora no exercício parlamentar dos Bolsonaros não deva merecer menos atenção da mídia, devendo as autoridades “instaurar sindicância para apurar as irregularidades e punir os responsáveis”, como é de praxe se dizer quando nada será investigado, nem ninguém será punido, a verdade é que por trás dessas revelações veio à tona uma prática corriqueira nos gabinetes parlamentares, cuja denominação de “rachadinha” indica a persistência de um ato nefasto de corrupção com o dinheiro do povo, que mesmo agora tem sido colocado em segundo plano, apesar de generalizado nas câmaras municipais,assembleias legislativa e no Congresso Nacional.
Não se olvida em parte alguma desse imenso país, que a prática corrupta da “rachadinha”tem como propósito deliberado do vereador ou deputado se apropriar de parte dos salários dos funcionários contratados para servir nos seus gabinetes parlamentares, sem sequer precisarem esses servidores cumprir horário ou desenvolver qualquer trabalho.
Isto posto, se tivéssemos uma imprensa verdadeiramente livre, investigativa,informativa, o principal ponto que estaria sendo explorado agora seria como punir severamente essa pratica nefasta que ora se desvela pelos atos corruptos desta súcia de patifes e não apenas quanto os Bolsonaros levaram na pilhagem do erário com seu fiel escudeiro.
Por: Adão Lima de Souza