Arquivos diários: 12 de setembro de 2018

Ciro cola imagem de Haddad à de Dilma

Em uma ofensiva para capitalizar os votos da centro-esquerda, o candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, passou a colar a imagem do candidato petista Fernando Haddad à da ex-presidente Dilma Rousseff.

Inicialmente, o tucano Geraldo Alckmin planejava ressuscitar o governo Dilma no debate da corrida presidencial e com isso resgatar a elevada reprovação da ex-presidente.

O novo tom de Ciro Gomes foi inaugurado durante a sabatina realizada nesta quarta-feira, na sede do jornal “O Globo”. Ele afirmou que o “Brasil não aguenta outra Dilma” ao falar da substituição da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por Fernando Haddad.

A ofensiva de Ciro Gomes pegou o PT de surpresa. Nas palavras de um integrante da campanha, esse tipo de ataque já era esperado por parte do PSDB. Mas não de um ex-aliado como Ciro.

Há o reconhecimento no PT que o governo Dilma é um ponto de fragilidade da candidatura de Haddad. Por isso, toda a estratégia de campanha petista é de associar o ex-prefeito ao nome de Lula e pular o governo Dilma.

Nas propagandas da televisão do PT, a ordem é passar o bastão direto de Lula para Haddad. O governo Dilma é omitido de forma intencional, por causa da avaliação negativa da petista, que sofreu um impeachment em 2016 num momento de crise econômica com pressão inflacionária, elevação da taxa de juros e aumento do desemprego.

Na entrevista de hoje, Ciro Gomes, disse que o Brasil “não aguenta outra Dilma”, em referência ao fato de Haddad ter sido apadrinhado por Lula, a exemplo da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2010, quando ela era ministra da Casa Civil.

Ele também se disse “ofendido” quando, eventualmente, alguém o compara com Dilma Rousseff. Na avaliação dele, o governo da ex-presidente foi “desastrado”.

Haddad é oficializado pelo PT candidato ao Planalto

A cúpula do PT aprovou por unanimidade o nome de Fernando Haddad como substituto do ex-presidente Lula na chapa do partido ao Planalto.

Em reunião hoje, em Curitiba, a executiva nacional do PT chancelou, após carta enviada por Lula, Haddad como candidato oficial da sigla.

Na mensagem, Lula escreveu sobre o que chama de injustiça que vem sofrendo para deixá-lo fora da eleição, se disse indignado, mas ressaltou a importância da continuidade de seu projeto político com Haddad como candidato.

A mensagem do ex-presidente serviu para arrefecer qualquer resistência interna que ainda pudesse haver na sigla ao nome do ex-prefeito de São Paulo. A carta foi lida pelo próprio Haddad a portas fechadas.

Uma ala do partido, ligada à presidente da sigla, Gleisi Hoffmann (PR), ainda queria adiar a troca para o dia 17 de setembro, o que desagradava aos aliados de Haddad.

Os dirigentes do PT farão uma pausa para o almoço e, às 15h, vão fazer um ato na frente da sede da Polícia Federal, onde Lula está preso, para oficializar a decisão.

O ex-presidente foi condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Com base na Lei da Ficha Limpa, o TSE barrou a candidatura do petista no dia 1º de setembro e determinou que o PT teria dez dias para substituir Lula na chapa.